Quem acompanha as postagens aqui do blog, já deve conhecer alguns fatos sobre minha carreira.
Já postei sobre como comecei a treinar, sobre meu primeiro campeonato internacional, minha primeira participação no All American Open, que na época ainda se chamava America’s Cup, e até mesmo sobre uma vez em que lutei com o dedo quebrado.
Além disso, já postei sobre temas como o medo, alta performance, coragem e determinação.
Na postagem sobre o medo, eu disse que todo lutador sente medo, e que eu senti em todas as minhas lutas.
Mas hoje você saberá qual foi o momento da minha carreira em que eu senti mais medo. Confira!
Voltando um pouco no tempo
No dia primeiro de maio de 2005, fiz a minha segunda participação no campeonato mundial por categoria de peso de karatê kyokushin.
No momento, eu tinha na bagagem a experiência de ter participado na edição anterior do campeonato, e do mundial aberto em 2003, onde consegui o terceiro lugar.
Além disso, um ano antes havia conquistado o tetracampeonato no All American Open, em Nova York.
Após duras batalhas, onde lutei com o então campeão japonês absoluto Yoshiaki Uchida, e com os russos Mikhail Kozlov, Alexander Pichkunov e Lechi Kurbanov, conquistei meu primeiro título mundial.
Com a sensação de dever cumprido, retornei ao Brasil e, após uma pequena pausa, retornei aos treinos.
Rotina após o mundial
Em períodos em que não havia nenhum campeonato em vista, os treinos continuavam. Apenas o volume de treinos era reduzido.
Treinos como musculação, aulas completas com kihon geiko, e os treinos semanais com o shihan Isobe continuavam normalmente durante o ano todo.
Já os treinos mais específicos para luta se iniciavam, geralmente, três meses antes do evento, com exceção de campeonatos mundiais, que exigiam um período maior de preparação.
E assim eu seguia treinando após a conquista do campeonato mundial na categoria pesado, até que ocorreu um fato que me deixou bastante assustado.
O momento de maior medo na minha carreira
Como eu já disse antes, o medo estava presente em todas as minhas lutas. Porém, eu sabia perfeitamente como lidar com ele.
No fundo, o medo maior era de não conseguir fazer o meu melhor durante a luta, e conseguia fazer com que o medo não me atrapalhasse.
Porém, um dia durante os treinos experimentei o medo de ter que encerrar minha carreira precocemente.
Aos 23 anos, um título mundial recém conquistado, eu sofri uma lesão no joelho chamada luxação patelar.
No vídeo abaixo você pode conferir o que ocorre no joelho com essa lesão.
Essa foi a lesão mais séria que eu havia tido até então, e, na hora que vi minha patela para o lado, pensei “será que vou poder continuar lutando depois disso?”
Fui levado ao hospital por Eduardo Tanaka, com quem eu estava realizando o treino, e fui atendido.
Os exames revelaram que os ligamentos não haviam sido rompidos e que a recuperação seria por meio de fisioterapia.
Por sorte, uma grande amiga minha, que é fisioterapeuta, me indicou uma universidade onde pude fazer o tratamento. Passei meses fazendo as sessões todas as manhãs durante seis meses, e felizmente pude continuar minha carreira.
Pelo restante da minha carreira, experimentei o medo por diversas vezes, mas o medo de ter que encerrar minha carreira aos 23 anos e não conseguir realizar meus sonhos no esporte, com certeza foi o maior de todos.
Felizmente, apesar do susto, pude continuar lutando por mais 10 anos, tendo feito minha última luta no Bellator MMA, em 2015.
Em 2013 tive a mesma lesão. Aliás, esse foi um ano bem complicado. Qualquer dia eu conto essa história também.
E você, qual foi o maior medo que teve que enfrentar na carreira? Deixe seu comentário. Até a próxima!
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