Qual é a importância da humildade, e como ela é desenvolvida nas artes marciais

Em um texto anterior, enumerei 7 benefícios que a prática de artes marciais pode trazer a quem as treina. E entre eles, estava a humildade.

A humildade é, muitas vezes, mal interpretada, servindo como argumento para uma pessoa que se encontra em uma posição superior subjugar seus subordinados.

Mas afinal, para que serve a humildade? E como ela é desenvolvida de maneira correta em um treino de artes marciais? É o que você vai ver neste artigo!

A humildade

A humildade é uma qualidade de pessoas conscientes de suas capacidades e de suas limitações. Mas cuidado, não confunda humildade com submissão.

Na humildade, o indivíduo tem consciência de seus defeitos, e isso muitas vezes faz com que ele use isso como motivação para evoluir cada vez mais, buscando corrigir seus defeitos. Por outro lado, o submisso permite que outra pessoa o faça acreditar que não é capaz de realizar nada por conta própria, e que dependerá sempre de alguém para conseguir algo.

É claro que todo mundo precisa de auxílio. A diferença é que o verdadeiro humilde utiliza este auxilio de forma autônoma, enquanto o submisso é um dependente desta ajuda.

O humilde é alguém que mantém os pés no chão, e os olhos voltados para seus objetivos.

A importância da humildade

Como dito anteriormente, o humilde é alguém consciente de suas limitações. Essa consciência é extremamente importante, pois, uma pessoa que a perde, corre o risco de cair nas armadilhas construídas pela vaidade.

A vaidade, além de um defeito de caráter, é algo muito destrutivo para a própria pessoa que a tem. Ela a impede de enxergar as coisas como realmente são, e, como consequência, atrapalha o próprio indivíduo na realização de seus objetivos.

Uma pessoa cheia de vaidade geralmente é também uma pessoa invejosa. Como vive uma ilusão, construída pela própria vaidade, se sente ofendido quando vê alguém alcançando algo que ele próprio não conseguiu. A pessoa deixa de ver as coisas boas que conseguiu em sua vida, e o sucesso que atingiu, focalizando no sucesso do próximo, que o incomoda profundamente.

Por isso, se você quer ter uma vida plena, onde seus objetivos são alcançados, é necessário que você seja uma pessoa humilde. A autoconsciência fará com que você se sinta grato com o que tem, mas que também esteja sempre em busca dos seus sonhos. E o mais importante, as realizações de outras pessoas não o incomodarão, pelo contrário, servirão de inspiração para você.

Como as artes marciais podem te ajudar a desenvolver a humildade

No momento que você entra em um local destinado ao treinamento em artes marciais para fazer sua primeira aula, as coisas mais importantes a se fazer são observar e escutar.

Você precisará escutar atentamente às instruções que serão passadas a você, e observar com o máximo de atenção os movimentos que lhe serão mostrados.

Isso, por si só, já é um exercício de humildade. E para algumas pessoas já é um grande esforço.

No decorrer da aula, você irá se deparar com movimentos e exercícios que, por ser um iniciante, serão muito difíceis de executar. Veja bem, eu disse difíceis, não impossíveis. A dificuldade vem do fato de você estar, provavelmente, os executando pela primeira vez, ou pelo menos há algum tempo sem faze-los.

Isto não significa que nunca conseguirá executa-los. É que para uma primeira aula, você deve ter a humildade e a consciência das limitações de seu corpo. A persistência e o foco farão o resto, para que você consiga alcançar seu objetivo.

Veja que, com o simples fato de você escutar, observar e respeitar os limites de seu corpo, além das regras do local onde você treina, você estará automaticamente exercitando a humildade. Provavelmente seu instrutor irá lhe passar exercícios que estão de acordo com o seu nível, por isso é importante respeitar tais instruções.

Tudo o que vá além disso é exagero, muitas vezes praticado por aqueles que já caíram nas armadilhas da vaidade.

Portanto, seja em seu local de treino, na rua, em casa, ou em qualquer lugar onde estiver, não se esqueça de escutar, observar e respeitar.