Segundo o fundador do Judô, Jigoro Kano, são três os níveis de pratica nas artes marciais.
O primeiro nível é o mais comumente visto, onde o propósito é superar a um adversário exterior, ou seja, outra pessoa. O foco está na competição e no combate, e o propósito é saber quem é o praticante que consegue aplicar as técnicas de forma mais efetiva, superando seu adversário.
Neste nível de prática, encontramos as artes marciais sendo desempenhada na forma de esportes de combate. Estes esportes, que podem ser amadores ou profissionais, olímpicos ou não, são estruturados de uma forma em que não se é possível aplicar a arte marcial de forma plena, pois suas regras não o permitiriam. Assim, o atleta que se propõe a participar de uma competição, deve estar ciente de que não pode transgredir as regras se quiser vencer.
Isso se faz necessário, pois irá garantir a integridade física dos participantes. O “problema” é que, se o lutador treinar apenas com o objetivo de competir, ficará preso a essas regras e não poderá conhecer toda a potencialidade de sua arte marcial. É claro que aquele que não é competidor geralmente não sai por aí aplicando golpes letais nas pessoas, mas nem por isso deixam de treina-los.
Em um segundo nível, o propósito do praticante é obter o controle pleno de seu corpo e de sua mente. Para isso, é necessário que o estudante de artes marciais comece a aplicar os conceitos de sua prática em sua vida diária, de uma forma mais intelectual.
Kano dá o exemplo da aplicação de um golpe, que segundo ele exige que você o aplique com “o máximo de eficiência e o mínimo de esforço”. Para qualquer outra atividade que você vá desempenhar, a regra é a mesma. Você deve saber o que você quer, ou seja, ter uma meta clara, e utilizar sua energia de forma eficiente para realiza-la. Se você estipula muitas metas que não tenha tanta importância, sua energia estará se dissipando, e não conseguirá realizar nenhuma delas bem.
Além desse aspecto, o praticante que deseja evoluir precisa desenvolver a capacidade de observação, imaginação, memória, além de estar sempre aberto a novos aprendizados. Um praticante que não possui essas capacidades, terá dificuldades para aprender não só as técnicas relacionadas a sua arte marcial, mas também nas mais diversas atividades do cotidiano. Todas essas capacidades o permitirão “economizar energia” por meio da eficiência nas suas ações.
O nível mais alto de prática é o que nossos líderes e governantes supostamente precisariam ter alcançado para desempenhar bem seus cargos. Nele, o importante é saber como meu conhecimento e minhas habilidades podem ajudar a sociedade.
Os valores aprendidos através da prática, como honra, integridade, paciência, perseverança, entre outros, trazem benefícios não só para você como para as pessoas que convivem e interagem de alguma forma com você. Todos os seus atos serão guiados por esses valores, influenciando positivamente as pessoas que de alguma forma tiveram contato com você.
Em uma sociedade onde o “ter” tem sido muito mais valorizado do que o “ser”, é possível que você tenha certa dificuldade para aplicar estes conceitos, mas a medida que eles se tornam o que você é, ou seja, você os incorpora, torna-se inevitável sua aplicação em todos os seus atos e interações com os outros, e consigo mesmo.
É isso aí! Gostaria de saber qual é a sua opinião sobre o assunto. Deixe seu comentário para que possamos trocar ideias sobre o que foi abordado!
Deixe um comentário